Cinco anos sem escrever.
Um.
Dois.
Três.
Quatro.
Cinco.
Não sei muito bem como se chega aqui.
Aliás, eu sei. Perdemo-nos na vida, nas agendas, nos planos, nas ideias e nas redes sociais. Àqueles que escrevem, as redes sociais dão aquela ilusão de que fazem parte da discussão, de que estão a cumprir a sua missão. Acabo de escrever “missão” e até me dá um arrepio de tão pretensioso que isto parece. Mas adiante. Termos um espaço só nosso, em que os conteúdos não são vetados ou avaliados por alguma força maior (sim, Zuckerberg, estou a falar contigo), em que podemos ter controlo de como queremos que o texto soe, de colocarmos espaços e marcas de parágrafos e subtítulos e palavras a negrito na verdade não tem preço. E nestes cinco anos tanta coisa mudou: já ninguém diz “negrito”, agora diz-se “bold”.
Sim, é verdade, ainda tenho uma página de facebook (meio moribunda), tenho uma conta de instagram (meio moribunda), apenas me vou mantendo mais ou menos activa apenas nas Instagram Stories que têm uma tímida vida de 24 horas e essa digestão rápida de conteúdos tem-me mantido numa posição confortável quanto baste. Desabituei-me desta coisa de estar na linha da frente, já não me lembro bem o que é expor ideias, estruturar pensamentos de forma organizada e longa… e a verdade é que sinto que o meu cérebro precisa disto. O meu coração também. E, como sabemos, o conforto é sobrevalorizado. A nossa mente não é um sofá, deve ser estimulada tanto quanto possível.
A ideia é simples: escrever. Quero partilhar convosco ideias, reflexões, lições que vou aprendendo pelo caminho, relatos de episódios, dicas sobre como viver com uma maior plenitude criativa, conversas com pessoas de jeito e um retrato do que é uma vida aos 30 e tais.
Bem-vindos ao Yellow.